domingo, 26 de junho de 2011

CINE MULHERZINHA


Eu sei que prometi uma indicação de filme por semana, mas minhas atribuições - dar aulas, ser uma namorada perfeita e tentar dominar o mundo - me impediram de cumprir minha palavra. O que posso garantir por hora é que farei uma indicação cinematográfica sempre que possível.

Justificativas dadas, vamos ao filme indicado de hoje: "Qualquer Gato Vira-Lata"!



A palavra que melhor descreve o filme é: assistível.



Em linhas gerais, a história gira ao redor de Tati, personagem de Cleo Pires. A moça, que é bonita e independente, não se sente plenamente realizada sem o seu namorado, vivido por Dudu Azevedo (já que tocamos no assunto: céus... que saúde a do rapaz).



Depois um fora e muitas lágrimas, Tati conhece um professor de biologia, Conrado - Malvino Salvador - que fala sobre o reino animal e como algumas regras deste deveriam ser adotadas pelos humanos. Segundo Conrado, uma marreca não se aproxima do marreco, ela espera que o macho tome a iniciativa. O mesmo, é claro, valeria para os humanos. Para reconquistar o namorado, Tati aceita se tornar objeto de estudo de Conrado. e as teorias do professor ganham vida. Conrado instrui Tati a se comportar como uma fêmea de qualquer espécie animal, que espera o macho fazer o trabalho de conquista.

A história tinha tudo para deslanchar, mas é bem fraquinha. Eu achei que o filme fosse abordar mais certas questões de gênero, mas nem se atreveu a isso e focou na construção do romance entre Tati e Conrado. Na minha opinião, as atuações também não foram das melhores. O personagem de Malvino Salvador não se decidia se era um nerd sem jeito, um professor descolado, um cara normal ou tudo isso de uma vez. Tenso!

Como eu disse anteriormente: assistível. Provavelmente divertirá bem o grande público que não esteja buscando genialidade.



Jacqueline

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Carta de Desamor - Stella Florence.

Assistindo ontem ao programa do Jô Soares uma entrevista super divertida me apresentou uma nova escritora, trata-se de Stella Florence que está lançando o seu novo livro “Os Indecentes” (já estou na fila para comprar...). Procurando no famoso Google textos da autora, encontrei essa interessante e maravilhosa Carta de Desamor. Vale a pena ler!!!



“Me desculpe por ter tomado a iniciativa. Me desculpe por ter escrito. Me desculpe por ter ligado. Me desculpe por eu ter voz.

Me desculpe por ter dito sim. Me desculpe por ter gemido. Me desculpe por ter gozado. Me desculpe por eu ter voz.

Me desculpe pelos machucados que sua ex deixou em você. Me desculpe por eu ter vindo logo atrás dela. Me desculpe por querer entender seu silêncio. Me desculpe por eu ter voz.

Me desculpe por eu não ter usado máscara. Me desculpe por desejar alguma intensidade. Me desculpe por desejar. Me desculpe por eu ter voz.

Me desculpe pelo que foi ruim. Me desculpe pelo que foi bom. Me desculpe pelo atrevimento de supor que eu merecia o que de bom aconteceu. Me desculpe por eu ter voz.

Me desculpe por eu ter tirado a roupa. Me desculpe por eu ter mostrado meu corpo. Me desculpe por eu ter gostado de mostrar meu corpo. Me desculpe por eu ter voz.

Me desculpe por eu ter escrito coisas lindas para você. Me desculpe por você não ter entendido um terço do que eu escrevi. Me desculpe por você ter me achado ousada demais. Me desculpe por eu ter voz.

Me desculpe por, em algum momento, eu ter te amado. Me desculpe por, em algum momento, eu ter te achado bonito. Me desculpe por, em algum momento, eu ter me achado bonita. Me desculpe por eu ter voz.

Me desculpe pelos seus erros de português. Me desculpe pelos erros de português da sua nova namorada. Me desculpe pela sua nova namorada achar margarida uma flor pobre. Me desculpe por eu ter voz.

Me desculpe por você torcer para o Palmeiras. Me desculpe se uma barata entrar na sua cozinha algum dia. Me desculpe pelos 130 km de congestionamento em São Paulo agora. Me desculpe por eu ter voz.

Mas, sobretudo, me desculpe por pedir essas ridículas, inúteis e dolorosas desculpas. Que, naturalmente, não são para você, afinal, porcos não reconhecem pérolas.”

(Carta de Desamor – Stella Florence).


Mariana.