Já que amanhã é o Oscar, aí vai um post sobre meu filme favorito para a disputa.
Por que escondemos sempre o nosso lado obscuro? Por que reprimimos nosso lado sombrio? Quando alcançamos a perfeição? São esses os questionamentos que o excelente filme Cisne Negro traz a tona.
Nina (Natalie Portman) é uma bailarina que deseja o papel principal na montagem de O Lago dos Cisnes, para conquistar seu objetivo deve enfrentar o mundo competitivo do balé e mergulhar no lado mais sombrio de sua alma.
No entanto, conquistar o papel de protagonista é só o início de seu grande desafio, a bailarina precisa bailar com paixão para isso necessita enfrentar tabus internos, encarando de frente os labirintos ainda desconhecidos de sua mente.
O primeiro desafio é o familiar, Nina recebeu uma educação conservadora e repressora, sua mãe lhe tratava como uma princesa, uma menininha encastelada num quarto cor de rosa com vários bichinhos de pelúcia e, é claro, muitas bailarinas de caixinhas de música. Neste sentido acho que o filme fala diretamente ao nosso lado feminino, quem de nós nunca foi tratada como uma garotinha por nossos pais e familiares? Nossa sociedade ainda machista espera de uma mulher um comportamento de Cinderela e não de uma mulher sincera consigo mesma que respeita os seus sentimentos e desejos.
Aos poucos Nina percebe que para enfrentar o mundo competitivo do balé deve romper o castelo de contos de fadas que vive, no entanto, isso não é tão fácil assim, na medida que quebra os tijolos pesados de seu castelo seu estado mental também é corroído. Alucinações, distúrbios alimentares, automutilação e uma sexualidade reprimida são problemas que a personagem necessita enfrentar.
Um outro aspecto de sua personalidade se aflora. A menina deixa de ser a garotinha da mamãe e transforma-se em mulher, a inocência é abandonada e ela briga com ela mesma. O lado obscuro, negro que todos nós possuímos e lutamos para esconder.
Por levantar essas questões o filme Cisne Negro merece ser assistido. Algumas cenas são especiais; as sequências de balé (como uma bailarina frustrada eu adoro), os sinais e as dores no corpo sofridas pela protagonista, os efeitos visuais muito bem utilizados pela direção e finalmente, o balé final, a cisne-mulher.
Interessante perceber que Nina só alcança a perfeição quando expõe o seu lado negro, imperfeito e sombrio. Mostrando que perfeição e imperfeição são dois lados da mesma moeda. Ser humano é também ser imperfeito, incompleto. Talvez a perfeição esteja justamente na sua busca, busca essa nunca alcançada, mas sempre desejada.
Mariana (não tão louca como Nina, mas entrando em contato com seu Cisne Negro interior).
Muitíssimo bem escrito o post Mari, parabéns!
ResponderExcluirObrigada, Rodrigo, vc sempre muito gentil. Como nosso leitor mais assíduo ainda vou lhe encomendar um post para o blog.
ResponderExcluirEu acho uma idéia muito boa! Voto para o Rodrigo escrever um post para o nosso blog!
ResponderExcluirE Mari, tenho que concordar com ele - o post foi realmente muito bem escrito. Já que o Oscar não foi para o filme, quem sabe você não ganha um Pulitzer... :P
Pulitzer???? Amiga eu te adoro, mas nem tanto, não precisa exagerar. Espero que vc já tenha visto o filme!
ResponderExcluirVamos animar o Rodrigo para ele escrever um post para a gente, pergunta a ele sobre o que ele gostaria de escrever num blog "mulherzinha".
Quando o texto estiver pronto vc escreve uma introdução, apresenta o autor e a gente comenta, o que vc acha?
Só deu a fantasia do Cisne Negro nos blocos de carnaval, muito legal, queria tanto me fantasiar assim...
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