sexta-feira, 8 de abril de 2011

Somos totalmente inocentes?


Ontem o Brasil e o mundo presenciaram um ato bárbaro em uma escola de Realengo: um homem jovem, de cerca de 23 anos, entrou na escola municipal na qual havia se formado e atirou em dezenas de alunos. Até o momento, 12 morreram e vários estão gravemente feridos em hospitais. Ele poupou adultos - só queria matar adolescentes e a grande parte das vítimas eram meninas.


As informações veiculadas pela mídia ainda são desencontradas. Testemunhas indicam que o assassino era um cara solitário, sem amigos ou namorada e que passava boa parte do tempo no computador, estabelecendo conexões virtuais ao invés de reais. No calor dos acontecimentos, alguns disseram que ele era mulçumano, outros que era aidético. Na prática, certeza não é uma palavra válida agora.


Quando eu cheguei em casa e vi o ocorrido pela TV, não pude deixar de me perguntar até que ponto podemos ter uma certa parcela de culpa em situações como essa. O cara era desequilibrado! Isto é algo que não estou questionando, no entanto, nossa omissão e nosso desdém com aqueles que não se encaixam na sociedade podem reforçar essas mentalidades perturbadas e criminosas.


Há algum tempo atrás, conversando com uma colega, ela me contou que estava ficando com rapaz que havia conhecido na noite e os dois resolveram transar. Ela contou que assim que o cara tirou a bermuda, ela começou a rir devido ao pênis do cara não corresponder aos seus padrões de qualidade e ser pequeno demais. Resumindo: ela não transou com cara. Esse rapaz pode ter ignorado e ter achado que ela era uma babaca, como pode ter ficado traumatizado e decidido sacanear o maior número de mulheres possíveis para reforçar sua identidade ou mesmo se vingar pela sua humilhação.


Ninguém é diretamente culpado pelas ações alheias, mas muitas vezes temos nossa parcela de culpa, sim. Eu não conheço as circunstâncias de vida do assassino de Realengo, mas de repente era mais fácil o chamar de "esquisitão", como a irmã dele fez ontem, do que realmente se importar com ele. É bem possível que algumas meninas (seu principal alvo) já o tenham esnobado de forma grosseira ou irônica.


Tenhamos cuidado com nossas ações e palavras, pois coração dos outros e terra que ninguém conhece e nós podemos ser co-responsáveis por criar monstruosidades.

Jacqueline

Nenhum comentário:

Postar um comentário