quinta-feira, 7 de julho de 2011

Cine Mulherzinha - Meia-Noite em Paris.



Não é bem um cine mulherzinha mais vale muito o ingresso. Escrito e dirigido Woody Allen, o filme conta a história de um escritor e roteirista insatisfeito de Hollywood Gil (Owen Wilson) que visita Paris com a noiva Inez (Rachel McAdams) e sua futura sogra e sogro. Gil na verdade é um apaixonado pela Cidade Luz principalmente no que ela representou durante os anos 20.

A história fica interessante quando os sinos da cidade badalam indicando meia-noite e um misterioso carro antigo (que eu como mulher não faço a menor ideia de qual é a marca, só sei que é bonito) que o carrega para a Paris dos anos 20. Chegando lá encontra várias personalidades que viveram nessa época na cidade, tais como; os escritores F. Scott Fitzgerald e Ernest Hemingway, o músico Cole Porter, os pintores Pablo Picasso e Salvador Dali e o cineasta Luis Buñuel.

Vale citar que o ator que faz o escritor Ernest Hemingway é um show a parte, pesquisando na internet, descobri que é interpretado por Corey Stoll, esse sim o verdadeiro colírio do filme, já que, vamos combinar, Owen Wilson não é verdadeiramente um galã. Sobre Owen Wilson, apesar de estar muito bem no filme me irrita um pouco a mania que eu acho que Woody Allen tem de colocar todos os seus protagonistas masculinos como meio gagos, já repararam nisso?! Mas nada que possa comprometer o excelente filme.

O filme se desenrola mostrando as belas imagens de Paris, os primeiros minutos são maravilhosos, várias cenas da cidade aparecem como num cartão postal já mostrando para o espectador a atmosfera da história.

Não vou ser estraga prazeres e contar o final do filme. Mas a moral da história é super interessante, principalmente para os que estudam o passado como os historiadores, temos a tendência a valorizar o tempo que passou, essa nostalgia transforma o passado em algo que, por não voltar mais, passa a ser super valorizado. Quem nunca escutou a expressão; “aqueles é que eram os bons tempos que não voltam mais” ou “essa juventude é alienada, a outra era muito mais contestadora”. No caso do filme, essa nostalgia funciona para o protagonista como um escapismo da realidade que Gil estava vivendo. O que me leva a refletir o quanto acabamos fazendo isso na vida. O quanto ficamos agarrados a um passado idealizado e esquecemos que temos um presente e um futuro pela frente.

Essa questão me fez lembrar um samba do genial Wilson Batista chamado “Meu Mundo é Hoje”, separei uma parte da letra para as leitoras e leitores:

“Meu mundo é hoje não existe amanhã pra mim
Eu sou assim, assim morrerei um dia.
Não levarei arrependimentos nem o peso da hipocrisia.”

Mas não dá para sair do cinema sem aquela sensação; se eu pudesse pegar uma carruagem ou um carro para voltar ao passado para qual período eu voltaria? Eu, particularmente, concordo com a personagem Adriana vivida pela atriz Marion Cotillard que desejava retornar à Paris da Belle Époque. Realmente deve ser incrível conhecer a Paris nesse período. Imagine, ir ao Moulin Rouge observar Toulouse-Lautrec pintar as suas prostitutas. Conhecer Van Gogh, Gauguin, Monet, Degas e outros impressionistas?! Olha eu fazendo a nostalgia do passado também...

Caros leitores e leitoras se vocês pudessem pegar um caro ou uma carruagem para voltar no tempo, para qual passado retornariam?

O "colírio" do filme, o ator Corey Stoll. Um espetáculo!!!



Mariana Alinhar ao centro

Um comentário:

  1. Nossa, quero muito ver esse filme também! Depois da sua crítica, então...

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